segunda-feira, 4 de abril de 2022

QUANDO O MELADO TRANSBORDA, ESCORRE PELOS VÃOS DOS DEDOS... (Ou: se não existe fura-fila, estaria acontecendo o passa-na-frente para calar a boca?)

 A doença mais desesperadora, já há bons anos, e em constante aumento de casos, em nosso município, é a ausência de gestão técnica no setor de Saúde Pública.

Encurtando a conversa: há uma enorme fila de pacientes (e bota paciência na vida desse contingente) aguardando algum tipo de cirurgia.

Cosme & Damião, os santos doutores, são desprezados, politicamente, e entram em cena dois espectros se dizendo defensores dos interesses dos cidadãos quanto à Saúde.

Incrivelmente, os dois são “Inhos”, por conta de seu crachá politiqueiro. Uma suposta nova “dupla dinâmica” capaz de, na hora do “pega pra valer” se tornar “cada um pra si” e “tchau dupla”...

Botar a boca no trombone não desperta esses políticos aninhados sob a bandeira da imunidade parlamentar e eles, em sua grande maioria, circulam pela cidade acenando a bondade “maquiada” (ah... que vontade de dizer “maquiavélica”)...

Esses dois perderam de goleada para outro político em exercício, o qual aproveitou-se da situação para auto-promoção. 

Quando há um berreiro mais acentuado, com foco nas atitudes dos parlamentares da Casa de Leis ali perto do Shopping, um dos vereadores tira da cartola uma solução para “ajeitar as coisas” na saúde de algum cidadão. Pensa estar sendo o “inteligente da vez” e, sem perceber, pisa no tomate; bota o traseiro na janela; pisa fora da faixa ou qualquer outro adjetivo identificador do ato de “marcar bobeira”.

Parece quererem, nesses casos de desinteressada ajuda, seja observada aquela bíblica orientação sobre “o feito por uma das mãos, a outra não tem necessidade de saber”, principalmente quando há algum deputado dando “um empurrãozinho” para as coisas acontecerem cirurgicamente sem alardes e com bons resultados... Para os ajudadores...

Azar dos impacientes pacientes, silentes em seu clamor, reféns da vontade de os responsáveis exercerem Política Pública de Saúde e não, apenas, politicagem rasteira, barata, interesseira.

Entretanto, contrapondo-se a esse proceder, há a necessidade de o contemplado com a tal ajuda desinteressada formalizar seu agradecimento. Ele foi atendido, aliviado em suas dores. Abrandando as cobranças junto aos supostos representantes do povo...

Daí, as redes sociais são o parlatório de quem agradece e, quem sabe, o chumaço de cabelos brancos para o vereador desinteressado, quando este ainda tem alguma cabeleira.  Simplesmente esse parlamentar pode ter arranjado sarna para se coçar...

Como dizem não existir o processo “fura-filas” na entupida “sala de espera” do Sistema de Saúde, seria o tempo de estar se oficializando o processo “cala a boca e passa na frente”?

Pobre Saúde Pública, triste situação da política local...

Quem muito esconde o melado, acaba se lambuzando todo...

Fica a proposta para reflexão.

 

Marcos Ivan de Carvalho

Jornalista Profissional, ME0091.207/SP

Publicitário ME0006631/SP

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