Certa manhã meu pai chegou do
serviço um tanto triste, outro tanto silencioso.
Tomou assento à mesa, para nosso
café da manhã e disse, entre um gole e outro, que precisaríamos mudar de casa,
para poder continuar trabalhando.
Mamãe, parceira de sempre desse
homem batalhador, sem perguntar muitas coisas, arrumou nossas coisas e todos embarcamos
no caminhão descoberto, com destino a outros tempos.
O tempo passou, os filhos
cresceram, papai lutador sempre colocando a mão na massa para nos dar o pão de
cada dia.
Cada um dos filhos teve caminhos
independentes, apesar de nunca efetivamente romperem o cordão umbilical com a
família.
Zeca, devido a planos do Criador,
transferiu-se para outro tipo de energia.
Mais um tanto de tempo passou e
papai também pegou rumo idêntico ao do mano Zé Carlos.
Às vezes sonho com os dois,
somando risos e brincadeiras no todo da família.
A saudade que sinto de meu pai é
daquele tipo de saudade verdadeira, quando cultivamos o bem querer, o amor, a
amizade em doses espetaculares de discernimento e aceitação.
Herdamos do velho Abel Padeiro as
lições de correto proceder, dignidade e respeito.
O que procuramos não transgredir
para o bem existir de nossos semelhantes e de nossa própria porção de tempo por
aqui.
Neste Dia dos Pais, abraço
fraternalmente meu pai, dotados que fomos, seus filhos, de plena e constante
imantação das pessoas que se amam, em qualquer tempo do Senhor Tempo.
Beijão, meu pai, pelo dia de hoje, todos os dias!
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