quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Reposicionamento x acomodação (O que é que há, Ferrô?)

Não é comum, nos dias atuais, a notícia de empresas famosas tomarem rumos diferenciados de seu foco inicial, em nome do reposicionamento de mercado, combatendo a acomodação.

Qualquer empreendimento carece, a certos intervalos de tempo, de estudos para se manter vivo no mercado, qualquer que seja sua área de atuação.
Já abordei aqui, por mais de uma vez, a atual situação de UTI pela qual passa a nossa querida Ferroviária de Pindamonhangaba.

Recentemente foi lançada uma agenda de eventos dominicais, com determinação de idade para maiores de 18 anos. Seria a saudosa domingueira ou um projeto novo, calculado talvez sem muita noção dos riscos e da audiência por parte do público alvo.

Não adianta, simplesmente, mudar o foco por meio de ações simples.

Mudar comportamentos é uma das tarefas mais árduas do marketing moderno e demanda pesquisa de opinião, avaliação de desempenho do mercado consumidor, treinamento da equipe de atendimento.

Também há que se considerar o investimento planejado, não bastando anunciar "a melhor domingueira da cidade" se é público, notório e redundante não existir outra opção na cidade. Sim, ainda não existe, pois o projeto ainda capenga das duas pernas, se arrasta na tentativa de não sofrer eutanásia.

A eutanásia, principalmente por conta do caixa em vermelho, seria a aposição de assinatura num atestado de fracasso.

Os setores administrativos, todos eles, precisam comungar do mesmo ideal, não deixando para o outro "tocar a coisa" simplesmente por não se tratar de coisa de uma área ou de outra.

Ousar, sem fundamentação técnica a respeito do feed back do público alvo, é apontar a metralhadora para os dedões dos pés e disparar. É ridículo tentar ressuscitar o defunto frio com respiração boca a boca via email...

O planejamento de realização precisa contemplar todos os itens de um check list, destacadamente no que tange à divulgação.

A sondagem junto aos possíveis frequentadores, a grade de veículos disponíveis e a sua suposta boa audiência devem ser considerados como vitais para o retorno desejado.

Por outro lado, nivelar preços das atrações por baixo, por conta da pouca disponibilidade de caixa é condenar o evento ao fracasso.

Não estivemos presentes, propositalmente, às realizações das domingueiras. Preferimos avaliar o resultado por depoimentos de pessoas que conheceram o que era e o que está sendo em termos de público a ex-famosa domingueira da Ferrô, cujo resultado dos bares suportava quase que totalmente a folha de pagamento dos funcionários.

Deverão alegar os desvios de preferência às modernas opções de lazer, como as lan house, os cinemas de shopping, às casas de espetáculos da região. Claro, pois somente buscar desculpas é mais cômodo do que ousar, buscar parcerias de sucesso, ar regimentar especialistas em conhecedores do que, efetivamente, acontece em termos de sucesso musical e formatos de eventos.

Distribuir convites, oferecer mesas, sortear brindes e outras ações "burocráticas" não comove tanto como antigamente e, por isso, não resultam em bons frutos.

Há um grande número de associados carentes de opções de lazer. Não é mais possível acreditar que os frequentadores das saunas, da academia ou das outras atividades constituem o todo com capacidade de multiplicar informações e desenhar, solidamente, o perfil e definir gostos.

Se a coisa continuar como está, não adianta "desenterra a caveira de burro", chamar exorcistas e rezadores para fazerem milagres.

Compete a quem administra se imbuir de maior confiança em si próprio e rasgar os laços de "saudade daqueles tempos", decidindo-se pelo restabelecimento do clube.

Simplesmente porque, aos domingos, nada há que se fazer em Pindamonhangaba, quando se trata de local para ouvir música e dançar. Qualquer que seja o ritmo ou estilo.

Trocando em miúdos: planejamento + estudo da mídia + atrações de conceito + preços bons = um bom começo para o sucesso.

Ficar com os cotovelos apoiados nos joelhos, olhando para baixo e resmungando outra semana de caixa vermelho e deixar o crédito adquirido, quando das eleições, na lata de lixo...

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